Recentemente o SINPOJUD comemorou 19 anos de fundação. Inevitável fazer um rápido retrospecto acerca de sua evolução. Nessa perspectiva, não podemos deixar de reconhecer o grande avanço patrimonial adquirido. Saimos de sedes e veículos alugados, para um respeitável patrimônio imobiliário, composto por uma sede própria, casa de passagem e uma (obsoleta) colônia de férias, além de farta frota de veículos.
Entretanto, também é necessário analisar os avanços conquistados pela categoria, assim como a evolução política do sindicato. No que tange às conquistas, especificamente a jornada de seis horas diárias, abono pecuniário, auxílio-transporte, vêm paulatinamente sendo dilapidadas pela perversa lógica patronal. Além claro, de um PCS esfacelado em fatias até 2015. E em relação ao avanço político, há muito que se caminhar.
Um bom exemplo dessa necessidade, é a atual campanha para filiação que a entidade está desenvolvendo. Num cartaz onde aparece estampada uma demanda atual de interesse do judiciário nacional e, nesse bojo, do judiciário baiano (a PEC 190), temos uma vultosa opção de brindes a serem sorteados entre aqueles que fizerem a indicação de seis filiações.
Será mesmo esta a melhor forma de estimular a filiação de servidores? Os sindicatos que estão comprometidos com um sindicalismo sério, devem trabalhar pautados na formação de consciência política de sua base. Isso se constrói a partir de ações concretas de defesa dos interesses da categoria e da formação sindical, negligenciada ao longo desses 19 anos de existência. Nossos diretores devem estar aptos a fazer análises conjunturais e estruturais do contexto político, onde se desenrolam todas as tomadas de decisões que nos atingem. O que está ocorrendo é exatemente o contrário! Ao deparar-se com a estratégia desenvolvida nessa campanha, nossa categoria é estimulada ao jogo do "é dando que se recebe". Indicando seis filiações você concorre a um prêmio.
Não podemos ser tratados como os índios de Cabral, que se deslumbraram com espelhos e bugingangas. O que está em xeque é a credibilidade do nosso instrumento de luta. As assembléias ficam lotadas quando o principal ponto de pauta são valores, dinheiro, mas esvaziadas quando é pra se discutir outras questões, não menos importantes, muitas delas para discutir conquistas já retiradas, ou que estão na iminência disso. É fundamental rever conceitos e práticas! Democratizar as demandas, fazendo análises claras do que está posto é imprescindível. Otimizar gastos com ações que sirvam para a formação política de nossa categoria não é menos fundamental. Visitas às comarcas, simpósios, seminários, encontros regionais, são apenas alguns exemplos do que pode ser feito. Há que se evidenciar a necessidade de união e participação da categoria para o enfrentamento da máquina administrativa que serve ao modelo capitalista. Mas, para que haja esse enfrentamento, primeiro é necessário compreensão do processo.
De outra forma, corre-se o risco de fazer sindicalismo amador com ares de agremiação recreativa, desempenhando funções de associação. Não é disso que precisamos. As implicações de políticas equivocadas certamente se farão sentir para o servidor, no que se refere à sua condição de trabalho e dignidade de trabalhador.
Enfim, temos que fazer crescer a idéia de que o judiciário é, analogamente, como um corpo. Em sendo assim, poderíamos dizer que os servidores são como o coração, força motriz que dá vida e movimento. Quando o coração pára, o resto do corpo morre!
Seria de bom tom, que vcs dessem o crédito da matéria ao servidor zoião, que tratou do assunto em seu texto ignorância, covardia ou interesse. Afinal, por que razão vcs não publicaram o texto?
ResponderExcluirrafael marques - jequié